quarta-feira, 28 de maio de 2014

Perdeu a vida na única vez que ele precisou da área pública da saúde

Um homem de 53 anos morreu uma semana depois de o hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, negar sua internação. Aquiles Ferreira Alves foi levado pelos vizinhos ao Pronto-Socorro Central de São Gonçalo, após sofrer um AVC em casa, em 23 de abril. Sem um profissional especialista em neurocirurgia, o estabeleciemento solicitou transferência do paciente. A sobrinha da vítima afirma que o tio "foi rejeitado" pelo hospital Alberto Torres. Agravado o quadro clínico de Aquiles, a família recorreu à Justiça, que deferiu uma liminar a favor do atendimento do paciente. Mas somente, em 28 de abril, a transferência para o Alberto Torres ocorreu, quando a sobrinha do homem, Edneia Marinho, ligou para o assessor do governador do Estado do Rio. No dia seguinte, o paciente morreu. — O meu tio não volta mais, mas a gente quer justiça. Um homem trabalhador, um homem digno que lutou a vida toda. E perdeu a vida na única vez que ele precisou da área pública da saúde, ele foi negado, como se fosse um animal.
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Em greve, servidores de saúde do Rio entregam pauta de reivindicação a deputados

Servidores estaduais da saúde em greve entregaram nesta terça-feira (27) uma carta de reivindicação  à ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Eles querem que  parlamentares atuem para conceder à categoria reajuste salarial de cerca de 150%, recompondo perdas e atualizando a remuneração de cargos de nível médio e superior, que estão sem reajuste há 14 anos, segundo o Sindsprev-RJ (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social).  
Estão paradas desde o dia 21 a Vigilância Sanitária, a Vigilância Epidemiológica, a área de recursos humanos e, parcialmente, o Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, na zona oeste do Rio, segundo o sindicato.
— Temos uma adesão por setores no hospital, devido à natureza da unidade, que é de emergência— explicou a diretora, Denise Nascimento.  Ela esclareceu que a greve não prejudica serviços essenciais, como a emergência e a distribuição de medicamentos.
 Segundo Denise, o vencimento básico do nível médio é de R$  157,04 e de nível superior, de R$ 208. Para complementar os salários, o governo paga  uma gratificação, “que serve ainda para completar o salário de servidores, que chega a ficar abaixo do salário mínimo nacional”. “São vencimentos de R$ 700 a R$ 800 para nível médio e R$ 1 mil a R$ 1,2  mil para médico, enfermeiro, todos de nível superior”, destacou.
Os servidores querem também a incorporação da gratificação.  Para tratar da greve, está previsto para quarta-feira (28) um encontro da categoria com o secretário estadual de saúde, Marcos Esner Musafir.  
— Vamos ter essa reunião com o secretário e depois avaliar o que fazer. Porque, agora, sim, vamos parar os hospitais especializados— ameaçou Denise.  
A categoria é composta por  20 mil servidores, sendo 16 mil em atividade, em cerca de 20 unidades de saúde. Na última semana, a  Secretaria de Estado de Saúde informou que recebeu os trabalhadores duas vezes e que, por decisão judicial, não pode negociar com o Sindsprev.


 deputada Janira Rocha e Paulo Ramos

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Médicos do Andarai denunciam o caos do hospital

Importantíssimo vídeo postado no "YOUTUBE" sobre as condições deploráveis do Hospital Federal do Andaraí do Rio de Janeiro -- Ministério da Saúde, ferindo a dignidade humana, pondo em risco os pacientes e funcionários.


GELED JÁ !


A FILA DO CTI


Faltam poucos dias para o II Seminário Nacional de Saúde do PSOL


Faltam poucos dias para o II Seminário Nacional de Saúde do PSOL, que será em Niterói/RJ, nos dias 24 e 25 de maio. O militante que não se inscreveu, ainda tem tempo. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através deste formulário eletrônico. O Setorial Nacional de Saúde do PSOL, organizador do seminário, pede que todos preencham o formulário, mesmo aqueles que já tenham confirmado presença no evento do Facebook.

O seminário vai acontecer na Câmara Municipal de Niterói (Av. Ernani Amaral Peixoto, 625 – Centro). Informações sobre hospedagem e como chegar ao local estão disponíveis no blog do Setorial, no endereço: http://www.psolsaude.com.br/182.

Organização pretende transmitir seminário pela internet
Os organizadores do II Seminário Nacional de Saúde do PSOL pretendem transmitir o evento pela internet. Se você não poderá comparecer, mas pretende acompanhar os debates, informe neste formulário sua intenção em assistir à transmissão das mesas pela internet, ao vivo. Os grupos de trabalho e a plenária final não serão transmitidos.

Como a transmissão depende de viabilidade técnica (principalmente quanto ao sinal de Internet estável), até o início do evento a organização avisará aos interessados se ela realmente acontecerá.

Confira a programação:
24/05 - Sábado
09:00 - 09:30 - Abertura
09:30 - 12:00 - Mesa 1: Da Reforma Sanitária ao SUS de hoje: Onde fomos parar?
  • Eduardo Stotz - Pesquisador ENSP/Fiocruz
  • Felipe Monte Cardoso - Setorial de Saúde do PSOL
  • Paulo Pinheiro - Vereador pelo PSOL - Rio de Janeiro
13:30 - 16:00 - Mesa 2: Atenção Básica, Mais Médicos e o SUS pós-junho de 2013.
  • Filipe Malta - Estudante de Medicina - DENEM
  • Representante do Setorial de Saúde do PSOL
16:00 - 18:00 - Grupos de Trabalho

25/05 - Domingo
09:00 - 11:30 - Mesa 3: Capitalismo e Saúde no Brasil
  • Áquilas Mendes - Professor Faculdade de Saúde Pública da USP
  • Fátima Siliansky - Professora UFRJ - Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde
  • Maria Valéria Correia - Professora UFAL - Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde
13:00 - 17:00 – Plenária

Sobre o seminário
O objetivo do Setorial Nacional de Saúde do PSOL é aproveitar a proximidade do momento eleitoral para aprofundar, coletivamente, a formulação programática na área de saúde. O objetivo, segundo os organizadores, é qualificar a atuação dos militantes nos movimentos sociais, contribuir com a atuação dos parlamentares do PSOL e influenciar as candidaturas legislativas e executivas do partido nas eleições de 2014. O seminário complementa ainda o ciclo de debates que vem acontecendo através de mesas nas principais capitais brasileiras, organizado pela Executiva Nacional do PSOL.

O seminário contará com mesas de debate e grupos de discussão e com a participação de parlamentares e militantes do partido, além de ativistas e pensadores da saúde que não são filiados ao PSOL mas que se dispõem a ajudar na formulação coletiva.


Fonte: Setorial Nacional de Saúde do PSOL

terça-feira, 6 de maio de 2014

Contra a privatização do INCA



Nós, cidadãos e cidadãs abaixo-assinados, manifestamos publicamente a nossa posição contrária à extinção do Instituto Nacional do Câncer (INCA), bem como criação de Empresa Pública de Direito Privado que seja criada para gerir as atividades de pesquisa, assistência e ensino do INCA, tendo em vista que:

1) Põe em risco o atendimento público, gratuito e de qualidade do INCA.
2) Ameaça o acesso ao atendimento de toda a população ao INCA, ao possibilitar contratos com planos privados de assistência à saúde.
3) Modifica o contrato de trabalho dos funcionários, fragilizando os vínculos trabalhistas.
4) Ameaça a independência das pesquisas realizadas pelo INCA, priorizando os interesses privados, como por exemplo, grupos empresariais e farmacêuticos.
5) Os bens públicos da União, hoje utilizados pelo INCA, serão transferidos para uma empresa de direito privado.

https://secure.avaaz.org/po/petition/Ministerio_da_Saude_Governo_Federal_e_Direcao_do_INCA_Contra_a_privatizacao_do_INCA_Nao_facam_a_Empresa_Publica/sign/?aSvKmbb

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Sindsprev realizou um ato em Copacabana contra a situação "precária" da saúde no Rio de Janeiro

"Pezão massacra a saúde!", ostenta uma faixa no calçadão da praia  de Copacabana na tarde desta quinta-feira (1), Dia do Trabalhador. O protesto se trata de um ato realizado pelo Sindsprev, sindicato dos servidores da saúde. "Estamos aqui para denunciar o sucateamento da saúde pública, a privatização e a falta de condições dignas dos profissionais. Somos doentes cuidando de doentes. Temos um governo genocida que acaba com as condições de trabalho dos servidores da saúde", bradava ao microfone uma funcionária do IASERJ (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro), que desde 2012 funciona somente como ambulatório. 

A demolição do IASERJ foi lembrada por Antonio José, acupunturista do ambulatório. "Em 2012 entraram 400 homens no hospital, carregando armas. Eu trabalhava lá. Quinze pacientes morreram nessa confusão", se revolta. "Esse ato aqui é contra os desmandos do governo do Estado, que fechou quatro ambulatórios, demoliu o IASERJ e fechou outros dois hospitais. O São Sebastião, que tratava doenças infecciosas, foi fechado pelo Cabral para virar estacionamento. Além disso, desde 2011 a saúde do Estado não tem aumento", critica o profissional.
A baixa remuneração foi uma das bandeiras levantadas pelo ato. Gilton Evandro, massagista do IASERJ, destacou o "vencimento indigno". "O vencimento para médicos e dentistas é de 208 reais. Para mim, que sou massagista, é de 157 reais. Isso é indigno. Há 14 anos é assim. O protesto aqui é de revolta contra esse salário de miséria. Os deputados não fazem nada para pressionar o Ministério Público e o governo estadual. Não fazem nada para cumprir as leis que o próprio governo federal impõe", denuncia. 
O massagista também faz uma comparação entre o dinheiro investido na saúde e aquele investido na Copa. "O Rio de Janeiro é o estado que menos investe em saúde. Para a reforma do Maracanã tem dinheiro, pode ir um bilhão, mas e para a saúde? O dinheiro que deveria ir para a saúde está indo para outras áreas", reclama. "Eram sete unidades de saúde estadual no Rio, hoje temos duas, um ambulatório e um hospital. Trabalhamos, na fisioterapia temos mais de 2 mil atendimentos por mês. Atendemos com qualidade e dignidade e ganhamos esta miséria. Enfim, isso aqui é uma demonstração de cidadania e indignação contra a situação da saúde no estado do Rio de Janeiro", completa Gilton.
Outra crítica feita pelos servidores é em relação às Organizações Sociais (OS), entidades privadas que recebem benefícios do governo para a prestação de serviços para a comunidade. "As OS não trabalham com qualidade, trabalham com quantidade. Virou uma indústria dos hospitais. A qualidade nos hospitais caiu muito, porque não há técnicos capacitados. Não olham o currículo, não olham experiência, eles fazem só uma provinha. Antes era de qualidade, não faltava ninguém, agora falta muito. A OS não pode pagar plantão, se falta alguém fica sem ninguém, porque não tem ordem para contratar", explica Selmo Santos, técnico de radiologia no hospital Albert Schweitzer.
"Estamos reivindicando também melhoria de salário. No hospital que eu trabalho estamos sendo ameaçados, quem tirar licença premium ou férias está arriscado de não voltar para a mesma unidade", continua. Selmo fez questão de desaprovar o governo de Cabral e disse que a resposta virá nas ruas. "Cabral foi o pior governador até hoje e Pezão vai seguir o mesmo caminho. A saúde soma quase 1 milhão e meio de eleitores. Vamos dar a resposta a eles nas eleições", garante.
Mariah Casanova, diretora do Sindsprev e auxiliar de enfermagem no hospital Getúlio Vargas Filho, reiterou o que seus colegas afirmaram. "O maldito governo está destruindo a saúde, acabou com o IASERJ, com o São Sebastião, com o Pedro II. Querem transformar tudo em OS. Viemos aqui defender a saúde pública de qualidade para todos. Viemos dizer para o governo que hoje é dia primeiro de maio, que estamos defendendo nosso trabalho e condições dignas e que dizemos não às OS", conclui a servidora.