quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Hospital Municipal Barata Ribeiro vive?

O desmonte do Serviço Público alterna períodos de velocidade e lentidão, de acordo com o momento político que se vive. Já vivemos mais brutais. Por hora, acho que se mantém, num ritmo mais compassado. É como se organizassem a batida de tambores que, antes, faziam barulho e que, agora, produzem uma espécie de compasso de marcha. E parece que muitos de nós estamos acostumando com esse barulho, porque nossa capacidade de indignação vai ficando amolecida. Parece, mesmo, que nosso ouvido "naturaliza" essa batida sinistra e começamos a julgá-la evento natural e inexorável. MAS NÃO É!
Quantos hospitais a gestão de Eduardo Paes (do PMDB de Sérgio Cabral e Pezão, aliado do PT de Dilma) já fechou? Quantas unidades de saúde estão sob a (ir)responsabilidade das Organizações Sociais? O que se pretende, de fato, com a recém-criada EMPRESA MUNICIPAL DE SAÚDE? A retórica de que os serviços melhorariam com a gestão das OSs já se mostrou falaciosa. Pendendo para a privatização, a EMPRESA MUNICIPAL DE SAÚDE não deve ser diferente. O problema NÃO É O SERVIDOR PÚBLICO EM SI, ou mesmo O FATO DA GESTÃO SER PÚBLICA. O problema está na política pública de uma gestão que QUER PRIVATIZAR O SERVIÇO PÚBLICO, DESMONTANDO-O; QUE É CONTRÁRIA À GESTÃO PÚBLICA DO SERVIÇO PÚBLICO.
O método é ardiloso e cruel, principalmente numa conjuntura onde a saúde pública está doente. A unidade é esvaziada: de insumos e de servidores, via aposentadorias, via mudanças de locais de trabalho por motivos nem sempre profissionais. Depois, a obra do tempo atuando nos tijolos, na estrutura física. Deixa-se de atender com qualidade. Reduz-se a quantidade de atendimentos.
E joga-se para a plateia: "Olhem como a gestão pública, via servidores é ruim! Eles não trabalham. São malandros. Não são comprometidos. POR ISSO, POR CULPA DOS SERVIDORES, vamos passar a gestão da unidade para a Organização Social "X" ou para a Empresa de Saúde, que tem outro modelo de gestão, mais profissional (e outras baboseiras que eles gostam de ruminar em seus discursos tecnocratas)". Ou quando não falam, simplesmente, em fechar e redistribuir os pacientes na rede, segundo eles "sem prejuízo para o atendimento à população", como se as demais unidades já não estivessem, por si sós, sobrecarregadas.

Hoje é o Hospital Municipal Barata Ribeiro que está AMEAÇADO. Os dados, no caso desta unidade, ainda estão rolando. O que somos nesse jogo? Meros expectadores ou protagonistas?

OBSERVATÓRIO DA POLÍTICA: http://observatoriopolitica.blogspot.com.br/2013/09/o-hospital-municipal-barata-ribeiro-vive.html

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Jovem com paralisia cerebral espera por cirurgia no Into há um ano

Há um ano uma adolescente de 17 anos que tem paralisia cerebral espera por uma cirurgia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Ela precisa da operação para caminhar melhor. A estudante Mônica Cunha Faria caminha com dificuldade e não consegue ficar em pé por muito tempo. Assim como a jovem, mais de 14 mil pessoas aguardam na fila.
A adolescente nasceu com paralisia cerebral e precisa operar o calcanhar, joelhos e virilha para andar melhor. Ela diz que quer ficar boa e poder brincar com os amigos. O pai de Mônica, João, conta que a filha espera na fila há um ano e que nesse período ela passou da posição número 56 para 8. Ele diz que largou o emprego para cuidar da filha. “Acompanho ela para tudo: para escola, para a correria de médicos”, diz João.
O vizinho da família, André Luís Bezerra, tenta ajudar na busca por informações. Ele também vive o mesmo drama. André diz que, desde junho, tentar marcar uma consulta com um ortopedista para o filho. “A gente liga e o telefone fica tocando música por mais de 15, 20 minutos. E a gente não consegue ser atendido”, reclama André.
Em dezembro, o RJTV mostrou a fila com milhares de pacientes que tentavam marcar uma cirurgia no Into. Depois da reportagem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, veio ao Rio e anunciou medidas para melhorar o atendimento. Entre elas, agendamento informatizado e mutirões de cirurgias.
Segundo o Into, nove mutirões foram realizados entre janeiro e agosto e só este ano, os médicos fizeram 6.288 operações. Mas a fila ainda é grande: 14.200 pacientes aguardam a cirurgia.
A dona de casa Juracy dos Santos diz que está na fila para operar os joelhos desde 2011. Nesta quinta-feira (12), ela foi ao Into descobrir o motivo de tanta demora e saiu decepcionada.
“Eu informei meu prontuário e não localizaram. Agora pediram para eu ligar de novo e remarcar. Para eu ficar ligando para ver quando vai abrir a fila do joelho”, contou a dona de casa.
O diretor do Into, Marcos Mussafir diz que em todos os países há espera, como Canadá, Índia, Austrália, Inglaterra. No Canadá, por exemplo, se espera três anos para operar um quadril ou um joelho.
“Infelizmente, tem essa espera porque o sistema de saúde não consegue gerar os leitos de forma suficiente, a população aumenta mais e número de leitos de hospitais e isso dificulta você poder dar o atendimento imediato à população”, diz o diretor.
Segundo o Into, Mônica vai ser chamada o mais breve possível  para fazer a cirurgia. Sobre o filho do vizinho da Mônica, o médico recomendou que ele tenha um acompanhamento anual e o  Into vai ligar para família para agendar uma nova consulta. Sobre a Juracy dos Santos, o Into disse que já resolveu o problema e prometeu fazer o possível para que não aconteça de novo.

domingo, 8 de setembro de 2013

Drª ANGELA TENÓRIO - o descaso com a saúde pública no Rocha Faria e no estado.

A médica Angela Tenório, que largou o plantão no Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, no ano passado, para protestar contra a Secretaria de Saúde e o Governo do Rio participou da manifestação no Centro do Rio no Dia da Independência.

Em maio de 2012, Angela aproveitou a presença de uma emissora de TV para denunciar o descaso com a saúde pública no Rocha Faria e no estado.

"Estou sozinha nessa porcaria aqui. Não posso fazer nada pelo excesso de pacientes doentes. E a secretaria [de Saúde] e o governador [Sérgio Cabral] não fazem nada. Cadê o Pedro II [hospital estadual]? Nós somos sobrecarregados. Eu sou diabética e hipertensa. O Pedro II está lá, com médicos que não atendem porque não tem cama. Eu já estou de saco cheio. Eu vou ser punida por uma boa causa", esbravejou a médica naquela ocasião.

Passado mais de um ano, Angela continua se manifestando a favor da oferta de saúde de qualidade à população e revela que alguns vídeos dela de protesto contra o governo estão sumindo do Youtube.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Médicos questionam infraestrutura e exigências e abandonam programa

A carreira de Nailton Galdino de Oliveira, 34, no programa Mais Médicos, bandeira de Dilma Rousseff (PT) para levar atendimento de saúde ao interior e às periferias, durou menos de 48 horas e exatos 55 atendimentos.
Alegando estar impressionado com a estrutura precária da unidade em Camaragibe (região metropolitana do Recife), onde atuou por dois dias, pediu desligamento.
"É uma aberração: teto caindo, muito mofo e infiltração, uma parede que dá choque, sem ventilação no consultório, sala de vacina em local inapropriado, falta de medicamentos", afirmou.
Casos de desistência como esse frustraram parte dos municípios que deveriam receber anteontem 1.096 médicos brasileiros da primeira etapa do programa (os estrangeiros só vão começar depois).
A Folha encontrou exemplos espalhados pelo país, com justificativas variadas alegadas pelos profissionais --incluindo falta de infraestrutura, planos profissionais e pessoais e desconhecimento de algumas condições.
Na prática, as desistências de brasileiros devem reforçar a dependência do programa por profissionais estrangeiros.
Um balanço da segunda rodada do Mais Médicos mostra baixa adesão de novos interessados na bolsa de R$ 10 mil por mês. Houve só 3.016 inscrições --mais de metade de formados no exterior.
Enquanto isso, a demanda por médicos ultrapassou 16 mil --menos de 10% foi suprida na primeira etapa.
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse que, após a nova fase, deve pensar "outras estratégias" para atrair mais médicos. Ele comparou as baixas às dificuldades cotidianas de contratação.
"As secretarias estão vivendo o drama que toda vez vivem quando fazem um concurso público", afirmou.
Ele disse que, se houve boicote de médicos contrários ao programa, "é de uma perversidade quase inimaginável".
BAIXAS
Em Vitória da Conquista (BA), dos cinco médicos que deveriam ter começado, três já desistiram. Na região metropolitana de Campinas, dos 13 selecionados, 5 pediram para sair. Na capital paulista, 1 de 6 voltou atrás.
Em Salvador, 5 dos 32 convocados já abandonaram, assim como 11 dos 26 profissionais previstos em Fortaleza. No Recife, 2 desistências foram confirmadas de um total de 12 médicos selecionados.
A Secretaria da Saúde de Salvador disse que três desistiram porque passaram em concursos, enquanto outros dois alegaram problemas com a carga horária.
A baiana Clarissa Oliveira, 27, disse que recuou devido "à falta de estrutura" da unidade em que trabalharia na periferia da capital baiana.
Em Caratinga (MG), um médico de 26 anos disse que abandonou devido à vinculação obrigatória de três anos.
O coordenador do Mais Médicos em Fortaleza, José Carlos de Souza Filho, disse que médicos desistiram logo que "ressaltamos que era necessário cumprir a carga horária de 40 horas e que iriam ficar em bairros mais distantes".
Segundo ele, profissionais acharam que poderiam usar parte da carga horária para se dedicar à especialização.
Em Camaragibe, Nailton Oliveira também alegou não ter recebido alimentação nem moradia individual. A prefeitura nega, diz que ele "demonstrou má vontade" e afirma que a unidade precisa de reparos, mas "nada que impeça seu funcionamento".

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Hospital do IASERJ ( Maracanã ) está abandonado e sucateado

Pacientes reclamaram da fila no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio (IASERJ), no Maracanã, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira (2). Alguns ficaram mais quatro horas aguardando para tentar marcar uma consulta médica nesta manhã.
Um funcionário disse que a direção anunciou que iria suspender o atendimento a pacientes da Baixada Fluminense. “Cheguei aqui às 5h30 e já encontrei a fila imensa. Duas filas que se transformaram em três e depois em quatro. Tinha pessoas que já estavam marcadas e não conseguiram entrar no IASERJ. E outras que estavam para marcar consulta foram dispensadas e orientadas a voltar no mês seguinte”, reclamou uma funcionária.
A direção do IASERJ Maracanã disse que a fila foi provocada pela grande procura pelas consultas ambulatoriais oferecidas pelo instituto, que é comum acontecer nos primeiros dias do mês, quando são agendados os atendimentos.
Ainda de acordo com a direção, o sistema de marcação de consultas é feito de forma manual. Mas será reformulado e vai passar a ser feito por meio do sistema de regulação do município. O IASERJ oferece, em média, oito mil consultas mensais, em 23 especialidades.