sexta-feira, 1 de junho de 2012

Revoltada, médica grita por ajuda em hospital superlotado no Rio


Uma médica do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, desabafou sobre a situação precária em que se encontra a saúde do Estado. Angela Tenório afirma estar sobrecarregada e cansada do descaso com os pacientes.
— Estou sozinha nessa porcaria aqui. Não posso fazer nada pelo excesso de pacientes doentes. E a secretaria [de Saúde] e o governador [Sérgio Cabral] não fazem nada. Cadê o Pedro II [hospital estadual]? Nós somos sobrecarregados. Eu sou diabética e hipertensa. O Pedro II está lá, com médicos que não atendem porque não tem cama. Eu já estou de saco cheio. Eu vou ser punida por uma boa causa.
Desde o incêndio no Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste, há quase dois anos, o Hospital Rocha Faria está sempre superlotado. Todos os dias há congestionamento de ambulâncias e doentes que se aglomeram esperando atendimento.
Diversos pacientes reclamam da falta de médicos e de equipamentos de saúde. Segundo Angela Tenório, as condições são precárias e as pessoas correm risco de morrer.
— A saúde está zerada, os pacientes estão à míngua e estão morrendo.
Por meio de nota, a direção do Hospital Estadual Rocha Faria informou que o quadro médico estava completo na quarta-feira, mas confirma que a superlotação tem sido uma realidade na unidade desde o incêndio e fechamento do Hospital Pedro 2º. No dia em que foi feita a reportagem, foram realizados 597 atendimentos de emergência na unidade, quatro vezes mais do que sua capacidade (120 atendimentos/dia). O hospital ressalta que todos os pacientes são atendidos.

A Secretaria de Estado de Saúde aguarda a definição da data de reabertura do Hospital Pedro 2º por parte da Prefeitura do Rio e informa que espera que este fluxo de pacientes melhore o atendimento à população. O projeto de um novo Rocha Faria também já está em andamento, para aumentar e melhorar o atendimento à população.



Pacientes demais, médicos de menos

Hospitais não atendem a demanda.
Rio -  Pacientes demais e médicos de menos. Os hospitais públicos não conseguem atender à demanda. No Hospital Estadual Rocha Faria e cenário é de caos. As filas aumentam e não há profissionais suficientes para fazer atendimentos básicos, como retirada de gessos. No entanto, as condições de trabalho são as piores possíveis.
Com a greve no Hospital Pedro Segundo, o número de atendimentos triplicou. Já no Hospital Albert Schweizer, em Realengo, o cenário é o mesmo. Muitos profissionais trabalham além do horário, além dos baixos salários. A estrutura da unidadea presenta problemas e o anexo está desativado. As informações são do SBT Rio. 
Uma profissional desabafou: "A Secretaria de Saúde não resolve o problema mesmo com denúncias. Não fui atendida por este motivo. O hospital é do povo. Se eu precisar, vou necessitar do hospital estadual e não quero passar pelo que os pacientes passam. Falta hombridade do governo, que tem que saber administrar o que é nosso" contou.